A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a primeira imunoterapia para tratar pacientes com câncer de mama na última segunda-feira, de acordo com publicação no Diário Oficial da União.

A técnica, que já havia mostrado ser efetiva para tratar cânceres de mama agressivos, chega ao país para tratar especificamente cânceres de mama triplo-negativos na fase metastática da doença.

O que é imunoterapia?

A imunoterapia faz uso de anticorpos monoclonais para estimular o sistema imunológico. Em outras palavras, a técnica estimula as células defensoras do próprio organismo contra doenças. Nesse caso, as drogas não visam as células do tumor, e sim as células de defesa do organismo, a fim de que elas detectem e combatam a doença. A aplicação se dá de forma intravenosa (na veia), fazendo com que as células cancerosas –que têm o “poder” de enganar o mecanismo de defesa do organismo — sejam percebidas e combatidas.

Os riscos e efeitos colaterais são poucos, e todos resultam da ativação imunológica do corpo. Isso significa que as células de defesa podem atacar partes do próprio organismo, comprometendo órgãos e tecidos. Alguns dos problemas comuns são alterações gastrointestinais, endócrinas e na pele.

Estudo comprova eficácia do tratamento

Um estudo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine no ano passado, demonstrou que, quando administrada em conjunto com quimioterapia, a técnica pode aumentar a sobrevivência e interromper o crescimento do tumor em pacientes –uma redução de 38% no risco de progressão ou morte e ganho de 10 meses de sobrevida. De acordo com Carlos Barrios, médico brasileiro que participou da pesquisa, a aprovação é um grande passo para o tratamento no país e deve ser encarada como prioridade. “As pacientes com triplo-negativo avançado ou metastático, estágio no qual a doença já passou para outros órgãos, têm um prognóstico difícil. Este tratamento aprovado pela Anvisa se torna o preferencial na prática clínica”, explica o especialista, que é diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital São Lucas (RS) e do Lacog (Grupo Latino-Americano de Pesquisa em Oncologia Clínica).

Fonte: UOL

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